05/04/2007

OS TEMPOS DE ESCOLA


OS TEMPOS DE ESCOLA

Fui uma criança como todas as outras. Começo por ir à escola primária todo contente para ir aprender a ler e escrever, mas logo começo apreensivo ao ver um professor mal-encarado com cara de poucos amigos.
Os dias foram correndo até que um dia esse mesmo professor viu que eu escrevia com a mão esquerda, chamou-me ao quadro negro e aí é que começou o trauma que ainda hoje me persegue. Prendeu-me a mão esquerda com uma corda e obrigou-me a escrever com a mão direita. Isto levou dias, talvez semanas, sempre que era chamado ao quadro tinha que escrever com boa caligrafia senão estava a levar uns tabefes, outra vez umas reguadas.
Para mim foi um ano traumatizante!
Quando cheguei ao fim do ano lectivo, esse mesmo professor reprova-me.
Felizmente mudei de professor, e então passei a escrever como me apetecia, fiz a quarta classe, hoje 4º ano. Continuei a estudar, fiz o ciclo preparatório, hoje 6º ano. Depois fui para o curso da Indústria (Serralheiro Mecânico), que não consegui acabar.
Foram tempos difíceis!

Vítor Gigante

MY TIMES AT SCHOOL
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I have always been a normal child. At first, I felt happy to attend primary school, because I was anxious about learning to read and write, but soon I became fearful when I met my bad-tempered, grouchy teacher.
As time went by, my teacher realised suddenly that I wrote with my left hand. He asked me to go to the blackboard and that’s when the trauma started. He tied my left hand with a rope and forced me to write with my right hand. This situation went on for days, maybe for several weeks and every time I had to go to the blackboard, I had to show excellent handwriting, otherwise the teacher would slap my face or hit me with a wooden ruler.
That year was actually a complete trauma!
I didn’t pass that school year! Fortunately, the following year I had another teacher and then I could write the way I felt like. I finished 4th grade. I continued my studies and finished elementary school. Then I attended an industrial course in locksmithing and automotive mechanics, which I have not yet completed.
Those were hard times, indeed!


Víctor Gigante

4 comentários:

mariajose disse...

Caro colega, ´ja tinha ouvido um pouco da tua história mas não pensava que fosse tão dramática! Esse profesor ainda depois de morto merecia ser condenado.Os tempos modaram e hoje são os alunos que castigam os professores.O mundo tão anda que desanda. Esqueça o passado.Força para continuar enfrente. Um abraço

Anónimo disse...

Os tempos em que tu andaste-te na escola,não deixa de ser interessante a maneira como o professor te castigava,ainda bem que hoje já não á professores desses.
Parabéns por teres conseguido ultrapassar essa situação.
Um abraço

Unknown disse...

Olá amigo gigante!Como eu te compreendo.A formação dos professores estava virada para o regime salazarista.Ainda bém que soperaste e não desististe,pois que para aquele regime quantos mais abandonassem a escola melhor. Parabéns, um abraço.O.P.C.

Anónimo disse...

Caro amigo mão esquerda: devia ser muito traumatizante o que passas -te nessa dita escola, como acavas de contar, mas hoje as duas mãos são válidas,devia custar muito a superar isso. A história não é bonita, mas está muito bem contada, gostei muito.Parabéns amigo Giga. Um abraço.
Manuel Gonçalves