03/03/2007

HISTÓRIA DA MINHA VIDA: CASAMENTO

(Igreja de Vila Nova de Anha - 15.Setembro.1990)

Ia tomar café à hora do almoço, a uma pastelaria, perto do meu trabalho, as pessoas que a frequentavam eram todas conhecidas e companheiras. Um desses dias, entrei e reparei num senhor sentado, todo vestido de negro, chamou-nos a todos atenção. Soubemos depois que estava a fazer luto pela sua falecida esposa.
Passado algum tempo voltei a vê-lo, estava a conversar com uma pessoa minha conhecida, sentei e falamos, mais tarde voltamo-nos a encontrar num casamento de amigo comum. Depois desse dia o senhor começou a frequentar a pastelaria assiduamente. Enquanto esperava pelo autocarro, para ir almoçar, via-o passar muitas vezes, para o meu lado. Com o tempo tornou-se familiar, na pastelaria. Numa dada altura a propósito de uma atitude incorrecta do meu patrão para comigo o dito senhor, insurgiu-se e defendeu-me. Agradeci-lhe, mas não dei importância.
Aos sábados era meu costume ir à igreja por volta das 12,30h, aproveitava esse momento para a sós com Deus ter as minhas reflexões. Um dia encontrei lá o senhor, estranhei, pois tal nunca tinha acontecido, mas a igreja é de todos! Nesse dia pedi a Deus que iluminasse o meu o caminho, andava confusa, não sabia se devia casar ou dedicar-me à vida religiosa.
Na segunda-feira seguinte a este episódio, voltei a ver o tal senhor, apareceu enquanto eu esperava pelo autocarro, parou junto de mim e perguntou-me se aceitava boleia, estive algum tempo hesitante, mas acabei por aceitar. Estas situações começaram a repetir-se. Passados uns dias chovia muito, minha colega disse: “está ali o senhor que te dá boleia”. Eu naquele dia estava aborrecida e disse: “ Já não estou a gostar das boleias, logo hoje que estou com olhos de chorar”, a patroa tinha-me magoado. Mas mesmo assim lá fui ter com ele, quando cheguei ao carro viu logo que tinha chorado, perguntou a razão dessa tristeza. Expliquei-lha, então qual não foi o meu espanto quando ele diz: “se quiser tiro-a de trabalhar, quer casar comigo?” Pensei, este é a resposta que Deus está a dar-me para as minhas dúvidas.
Quatro messes depois de o ver na igreja, casamos na mesma e à mesma hora!



Maria José

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